3. MATERIAIS BÁSICOS


 3.1 CIMENTO

Sua escolha não deve basear-se exclusivamente na sua resistência mecânica, mas também na sua trabalhabilidade, que depende dos métodos de mistura, lançamento, adensamento e principalmente de acabamento do concreto, e a durabilidade, que será fortemente influenciada pela retração hidráulica, exsudação e resistência ao desgaste.
Quanto ao consumo de cimento, ele deve ser suficiente para permitir um bom acabamento superficial, mas quando empregado em excesso acaba contribuindo para o aumento da retração.
Os cimentos com adições têm pontos negativos e positivos. Negativamente observa-se os elevados tempos de pega desfavorecendo o acabamento, e o longo intervalo que a exsudação pode ocorrer, aumentando o risco de fissuras plásticas, que acontecem na fase inicial do endurecimento do concreto, que ainda se encontra no estada plástico. Como ponto positivo destaca-se o melhor desempenho em relação aos ataques químicos, principalmente os cimentos de escória de alto-forno, que têm maior resistência à tração na flexão para um mesmo nível de resistência à compressão.

3.2 AGREGADOS

Os agregados representam cerca de 70% da composição do concreto, o que indica a sua importância. O emprego dos agregados na produção do concreto pode ser resumido em três motivos básicos:

· Redução dos custos, visto que esses materiais são mais baratos que o cimento portland;
· Aumento da capacidade estrutural e do módulo de elasticidade do concreto;
· Controle das variações volumétricas, principalmente as decorrentes da retração hidráulica do cimento.

Sob o ponto de vista de granulometria, os agregados são classificados em miúdos, caso das areias, e graúdos, que são os de dimensão maior que 4,8mm.
Agregado miúdo: tem forte influência na trabalhabilidade do concreto, sendo que no caso de material mais fino, há mais facilidade nas operações de acabamento e controle da exsudação do concreto, mas a demanda de água será maior, implicando em um aumento da retração hidráulica. Com o uso de areias mais grossas, a mistura se tornará mais áspera, dificultando o acabamento, a trabalhabilidade será menor e a exsudação do concreto será favorecida.
Agregado graúdo: os agregados graúdos têm influência nas propriedades do concreto endurecido, como a resistência mecânica, módulo de deformação e a retração hidráulica. Seu papel na retração é simplesmente porque ele praticamente não se retrai, e quando à argamassa causa uma redução nas variações volumétricas devido a diminuição do volume relativo de material disponível para retração, e sua incorporação à massa, o que ocasiona um confinamento.

3.3 FIBRA SINTÉTICA

As fibras sintéticas ou fibras plásticas são empregadas no combate ou redução das fissuras de retração plástica, e sua eficiência depende de diversos fatores, como a sua relação l/d, comprimento, módulo de elasticidade, dosagem e até mesmo as características do próprio concreto. 

3.4 SELANTES E MATERIAIS DE PREENCHIMENTO DE JUNTAS

Com o surgimento das empilhadeiras de rodas rígidas a alteração nas juntas se fez necessária, pois o pequeno diâmetro delas passou a causar esforços elevados nas bordas da junta, ocasionando o desenvolvimento de materiais específicos para o seu preenchimento. Com isso, passamos a ter duas categorias de materiais: os selantes e os materiais de preenchimento.

Selantes: são materiais de natureza plástica, utilizados na vedação das juntas do pavimento, permitindo a sua impermeabilização. Eles impedem a entrada de partículas incompressíveis na junta, que são extremamente nocivas ao desempenho do pavimento. Podem ser divididos em duas categorias:

· Pré-moldados – tem sua forma previamente definida no processo industrial, e são posteriormente fixados às juntas através de adesivos. Esses selantes são fabricados em borracha sintética, como o neoprene, com a forma geométrica dependendo de cada uso, no entanto, não são recomendados para uso em juntas de pisos com tráfego de equipamento de rodas rígidas. São bastante utilizados em pavimentos rodoviários, pois apresentam durabilidade superior aos selantes moldados in loco.
· Moldados no local – são vazados no local, onde as paredes da junta serão a própria fôrma do selante. Podem ser de dois tipos: os vazados a quente, que são produzidos à base de asfalto alcatrão ou misturas de borracha moída. Seu custo é baixo, mas não é recomendado para uso em pisos, por causa da sua aparência e da baixa resistência química. E os selantes moldados a frio, que são fabricados à base de poliuretano, silicone ou polisulfeto, que, após a cura, formam um elastômero estável e de resistência química e mecânica apropriada ao piso. Vêm ocupando parcela expressiva na selagem de juntas devido a sua facilidade de aplicação, dureza mais elevada, alta capacidade de alongamento em serviço e maior durabilidade.
· Materiais de preenchimento de juntas – são materiais bicomponentes à base de resinas epoxídicas ou poli-uréias, que devem ser empregados no caso de tráfego de empilhadeiras de rodas rígidas, pois os selantes tradicionais não protegem adequadamente as bordas das juntas por serem facilmente deformáveis. Em função de possuir baixa mobilidade, pode provocar o deslocamento da junta, permitindo a entrada de pequenas partículas, por isso, só devem ser empregados em áreas limpas.

3.5 BARRA DA TRANSFERÊNCIA

São dispositivos mecânicos empregados para transferir cargas entre placas separadas por juntas e são formadas geralmente por barras de aço de seção circular ou quadrada, embora existam alguns modelos constituídos por placas planas, mas que não são empregados no Brasil.
A eficiência da junta depende do trabalho em conjunto com o concreto, que é o elo fraco do conjunto, sendo assim, a resistência mecânica do aço acaba tendo efeito secundário.
A superfície da barra deve ser lisa, permitindo o seu deslizamento no concreto, e como não há aderência entre os dois materiais, na parte engraxada da barra, é aconselhável a sua pintura para controlar o efeito de corrosão. 

Figura 4: Barra de aderência.

3.6 DISTANCIADORES

O posicionamento correto de todas as armaduras é fundamental para o bom funcionamento da estrutura e controle de possíveis patologias em potencial. Ao se definir a altura de um distanciador, deve-se levar sempre em conta o diâmetro das barras de transferência e dos fios das telas soldadas a serem posicionados.
Para a escolha do tipo de distanciador plástico, deve-se levar em consideração o tipo de apoio (brita, brita graduada, solo, concreto), o diâmetro do fio da tela soldada e o cobrimento especificado. 

3.7 TELA SOLDADA

Barras: são produtos de diâmetro nominal maior do que 5 mm, obtidos exclusivamente pelo processo de laminação a quente, podendo ser classificados como CA-25 ou CA-50.
Fios: possuem diâmetro nominal inferior a 10 mm, obtidos por processo de trefilação, classificados como CA-60. 

3.8 LÍQUIDO ENDURECEDOR DE SUPERFÍCIE

Os líquidos para tratamento superficial surgiram a partir da necessidade de solucionar problemas devido ao desgaste do piso caracterizado pelo desprendimento de pó. Esses produtos são à base de silicatos de sódio ou flúor silicatos de magnésio, que penetram no concreto reagindo com o hidróxido de sódio, formando assim o silicato de sódio ou magnésio, que irá reduzir a porosidade e consequentemente aumentar a resistência superficial do concreto.

3.9 ADITIVOS

Os aditivos são substâncias adicionadas ao concreto, na fase de preparo (imediatamente antes ou durante o amassamento) com finalidade de alterar as características e propriedades
mecânicas do concreto e em função de necessidades, tais como; redução deretração, redução da permeabilidade, aumento da durabilidade, diminuição do calor de hidratação, retardamento ou aceleração da pega, aumento da compacidade (acréscimo de resistência aos esforços mecânicos) entre outros aspectos.
Para a utilização de aditivos é importante considerar sua interferência na execução do piso, assim como sua compatibilidade com o cimento ou entre os aditivos.

Podemos classificar os aditivos principais como:

Aditivos
Propriedades




Retardadores
Retarda o tempo de pega conforme a dosagem, prolongando assim a dissipação do calor de hidratação ao longo do tempo, impedindo a perda rápida da água do concreto lançado, devido à elevação da temperatura.

Aceleradores
Acelera a evolução da resistência inicial do concreto e da pega da pasta de cimento durante o endurecimento.


Plastificantes
Redução da relação a/c, mantendo a trabalhabilidade desejada ou, como alternativa, aumenta a trabalhabilidade com uma mesma relação a/c, reduzindo a permeabilidade do concreto.

Superplastificantes
(ou redutores de água)

Proporciona a obtenção de concretos auto-adensáveis e com alta fluidez, e pode reduzir em até 25% a água de amassamento, resultando em maiores resistências e menor permeabilidade de concretos.


Impermeabilizantes
É indicado para a impermeabilização de subsolos, cortinas, poços de elevadores, muros de arrimo, reservatórios, estruturas sujeitas à infiltração do lençol freático, etc.


Incorporadores de ar
Incorpora aos concretos minúsculas bolhas esféricas de ar, uniformemente distribuídas, permitindo a redução da água de amassamento, melhorando a qualidade do concreto, reduzindo a Segregação e aumentando a trabalhabilidade.


Expansores
Provoca uma ligeira expansão ainda no estado fresco durante a pega (3 a 8% do volume dependendo do produto e da marca), aumentando a aderência e a impermeabilidade.